ALDERICO GIRÃO CAMPOS DE BARROS1 , LUIS EDUARDO CARELLI TEIXEIRA DA SILVA1 , MARCELO GLAUBER DA SILVA PEREIRA1 , ANDRE LUIZ LOYELO BARCELLOS1 , LUCAS ROCHA CAVALCANTI1
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1808-185120191803195285
RESUMO
Objetivo
Avaliação dos resultados clínicos e radiológicos da vertebrectomia posterior multinível no tratamento da cifose por tuberculose vertebral em crianças menores de 9 anos apresentando déficit neurológico.
Métodos
Estudo retrospectivo de uma série de 5 casos, sendo 4 do sexo feminino e 1 do sexo masculino, média de idade de 4,7 anos na época da cirurgia, portadoras de tuberculose vertebral múltiplos níveis, com média de cifose de 89°.
Resultados
Todos os pacientes foram submetidos ao tratamento cirúrgico com RCVP múltiplos níveis, com número médio de 3,6 vértebras ressecadas, média de tempo cirúrgico de 359 minutos, período médio de internação pós-operatória de 21,2 dias. O seguimento médio foi de 29 meses. A média de correção da cifose foi de 62,6%. Antes da cirurgia, todos os pacientes tinham sinais de sofrimento medular, sendo que um deles não apresentava déficit de força ou sensibilidade (ASIA E), porém havia a presença de sinais piramidais e história de quedas. Os outros 4 possuíam algum grau de disfunção sensitivo-motora, com escore ASIA variando de A a D. Como complicações pós-operatórias ocorreram duas deiscências de sutura, um pneumotórax e uma pneumonia, todas com evolução favorável. Quatro pacientes evoluíram com melhora neurológica e um deles apresentou manutenção do déficit neurológico até o último seguimento.
Conclusão
A RCVP múltiplos níveis se mostrou uma opção segura e eficaz no tratando da cifose na TB vertebral em crianças com déficit neurológico.
ABSTRACT
Objective
To evaluate the clinical and radiological results of posterior vertebral column resection in the treatment of kyphosis due to vertebral tuberculosis in children under 9 years of age with neurological deficit.
Methods
Retrospective study of a series of 5 cases, 4 females and 1 male, mean age of 4.7 years at the time of surgery, with spinal tuberculosis and mean kyphosis of 89 degrees.
Results
All patients underwent surgical treatment with PVCR in multiple levels, with a mean number of 3.6 resected vertebrae, mean surgical time of 359 minutes, mean postoperative stay of 21.2 days. The mean follow-up was 29 months. The mean kyphosis correction was 62.6%. Before surgery, all patients had signs of spinal cord injury, one of which did not present a deficit of strength or sensibility (ASIA E), but there were pyramidal signs and a history of falls. The other 4 had some degree of sensory-motor dysfunction, with ASIA score varying from A to D. Postoperative complications included two dehiscences of suture, one pneumothorax and one pneumonia, all with favorable evolution. Four patients progressed with neurological improvement and one of them had persistence of the neurological deficit until the last follow-up.
Conclusions
Multiple-level PVCR has proven to be a safe and effective option for the treatment of kyphotic deformity in spinal tuberculosis in children with neurological deficit.
Resumen
Objetivo
Evaluar los resultados clínicos y radiológicos de la vertebrectomía posterior en múltiples niveles en el tratamiento de la cifosis por tuberculosis vertebral en niños menores de 9 años con déficit neurológico.
Métodos
Estudio retrospectivo de una serie de 5 casos, siendo 4 del sexo femenino 1 del sexo masculino, con promedio de edad de 4,7 años en el momento de la cirugía y múltiples niveles de tuberculosis espinal con cifosis promedio de 89 grados.
Resultados
Todos los pacientes se sometieron a tratamiento quirúrgico por RPCV en niveles múltiples, con una media de 3,6 vértebras resecadas, tiempo operatorio promedio de 359 minutos y estancia promedio postoperatoria de 21,2 días. El seguimiento promedio fue de 29 meses. La corrección de la cifosis promedio fue del 62,6%. Antes de la cirugía, todos los pacientes tenían signos de lesión de la médula espinal, uno de los cuales no tenía déficit de fuerza o sensibilidad (ASIA E), pero tenía signos piramidales y antecedentes de caídas. Los otros 4 tenían algún grado de disfunción sensoriomotora con puntuación de ASIA que variaba de A a D. Las complicaciones postoperatorias incluyeron dos dehiscencias de sutura, un neumotórax y una neumonía, todas con evolución favorable. Cuatro pacientes tuvieron mejoría neurológica y uno de ellos tuvo persistencia del déficit neurológico hasta el último seguimiento.
Conclusiones
La RPCV ha demostrado ser una opción segura y eficaz en el tratamiento de la deformidad cifótica en la tuberculosis espinal en niños con déficit neurológico.