VINÍCIUS MAGNO DA ROCHA1 , JOÃO ANTONIO MATHEUS GUIMARÃES2 , ANTÔNIO PAULO DE OLIVAES1 , FELIPE MOURA CARRASCO2 , ANTÔNIO EULALIO PEDROSA ARAUJO2 , DIEGO PINHEIRO AGUIAR2 , ANDRÉ LUIZ LOYELO BARCELLOS2
DOI: http://dx.doi.org/
RESUMO
A instabilidade espino-pélvica (IEP) é uma lesão rara, decorrente de traumas de alta energia. O tratamento cirúrgico é empregado, na maioria dos casos, para restaurar a estabilidade e permitir mobilização precoce. Diferentes técnicas já foram empregadas no tratamento da IEP e, atualmente, a fixação lombo-pélvica (LPF) é a preferida devido à sua superioridade biomecânica. Uma de suas limitações é o fato de a técnica não abordar diretamente o fragmento sacral inferior, permitindo uma deformidade residual em cifose. Esta deformidade tem sido atribuída a resultados insatisfatórios, tais como defeitos do assoalho pélvico e complicações durante o parto. Relatamos o caso de uma paciente com IEP por fratura sacral que foi tratada com uma variação da técnica de LPF, na qual hastes e parafusos originalmente desenvolvidos para a fixação cervicotorácica foram adaptados para corrigir a deformidade sacral no plano sagital. O fragmento sacral superior foi reduzido indiretamente por manobras de extensão dos quadris e tração femoral, associadas a manobras de distração através de hastes. Pinças de redução foram usadas para reduzir o desvio cifótico do fragmento sacral inferior, permitindo sua fixação à montagem lombo-pélvica. Não houve complicações infecciosas, deiscência de suturas ou quebras dos implantes e, ao término do primeiro ano de acompanhamento, a cifose sacral estava normal e a consolidação radiográfica confirmada. Nossa técnica acrescenta um recurso à LPF tradicional, tornando-a especialmente útil em fraturas com desvios acentuados do fragmento sacral inferior. Nível de Evidência: 4. Tipo de estudo: Série de casos
ABSTRACT
Spinopelvic instability is an uncommon injury that is caused by high-energy traumas. Surgical treatment is used, in the majority of cases, to restore stability and enable early mobilization. Various stabilization techniques have been used in the treatment of spinopelvic instability, and lumbopelvic fixation (LPF) is currently the technique of choice due to its biomechanical superiority. One of its limitations is the fact that the technique does not directly address the lower sacral segment, permitting a residual kyphotic deformity. This deformity has been attributed to unsatisfactory outcomes, including late development of pelvic floor muscle defects and complications during childbirth. We report a case of a patient with spinopelvic instability due to sacral fracture, which was treated using a variation of the LPF technique, in which rods and screws originally developed for cervicothoracic fixation were adapted to correct sacral deformity in the sagittal plane. The upper sacral segment was reduced indirectly using hip extension and femoral traction manoeuvres, associated with distraction manoeuvres via rods. Bone reduction forceps were used to reduce the kyphotic deviation in the lower sacral fragment, enabling its fixation to the lumbopelvic rod and screws system. There were no complications of infection, suture dehiscence, or breakage of the implants, and at the end of the first year of follow-up, the sacral kyphosis was normal and radiographic consolidation was confirmed. Our technique provides a viable and promising alternative to traditional LPF, making it especially useful in fractures with accentuated deviations of the lower sacral fragment.
Resumen
La inestabilidad espinopélvica es una lesión poco frecuente causada por traumas de alta energía. El tratamiento quirúrgico se utiliza en la mayoría de los casos para restablecer la estabilidad y permitir la movilización temprana. Diferentes técnicas se han empleado en el tratamiento de la inestabilidad espinopélvica, y la fijación lumbopélvica (FLP) es actualmente la técnica de elección debido a su superioridad biomecánica. Una de sus limitaciones es el hecho de que la técnica no aborda directamente el segmento sacro inferior, lo que permite una deformidad cifótica residual. Esta deformidad se ha atribuido a resultados insatisfactorios, incluido el desarrollo tardío de defectos musculares del piso pélvico y complicaciones durante el parto. Presentamos el caso de un paciente con inestabilidad espinopélvica por fractura del sacro, que fue tratada mediante una variación de la técnica de FLP, en la que se usaron vástagos y tornillos adaptados, desarrollados originalmente para la fijación cervicotorácica para corregir la deformidad sacra en el plano sagital. El segmento sacro superior se redujo indirectamente utilizando la extensión de la cadera y las maniobras de tracción femoral, asociadas con maniobras de distracción a través de vástagos. Pinzas de reducción fueron utilizadas para reducir la desviación cifótica del fragmento sacro inferior, lo que permite su fijación al sistema lumbopélvico de vástago y tornillos. No hubo complicaciones de infección, dehiscencia de la sutura o ruptura de implantes y al final del primer año de seguimiento, la cifosis sacral estaba normal y se confirmó la consolidación radiográfica. Nuestra técnica proporciona una alternativa viable y prometedora al FLP tradicional, por lo que es especialmente útil en las fracturas con desviaciones acentuadas del fragmento sacro inferior. Nivel de Evidencia: IV. Tipo de estudio: Serie de caso