DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1808-185120222201265394
Resumo:
Objetivo:
A tração espinhal por halo craniano é um método com mais de meio século de
aplicação, apresentando a possibilidade de correção gradual de deformidades
com o paciente desperto, além da melhoria do padrão respiratório e
nutricional. Este estudo teve como objetivo avaliar as complicações
relacionadas aos pinos e à tração durante o seu uso no tratamento de
deformidades graves.
Métodos:
Foram avaliados 27 pacientes submetidos a tratamento cirúrgico com uso de
tração halo-gravitacional pré ou inter-operatória, entre 2014 e 2020. Os
critérios de inclusão foram a presença de deformidade grave (>100º)
coronal e/ou sagital, e duração mínima de 7 dias de tração. Dois subgrupos
foram identificados: pacientes com deformidade grave coronal (Grupo 1) e
pacientes com deformidade grave sagital acompanhada de deformidade coronal
(Grupo 2). Os dados clínicos e radiológicos foram analisados
retrospectivamente, incorporando as variáveis: idade, sexo, peso, altura,
diagnóstico etiológico, número de pinos, tempo de tração, ângulo de Cobb
sagital e coronal pré e pós tração, complicações relacionadas aos pinos e à
tração.
Resultados:
Idade e peso demonstraram correlação significativa com a ocorrência de
complicações relacionadas aos pinos (p=0,007; p<0,001), assim como
etiologia congênita (p=0,001), e os pacientes incluídos no grupo 2
(p=0,006). Não houve correlação significativa com a ocorrência de
complicações neurológicas.
Conclusão:
A tração halo-gravitacional é um importante método adjuvante no tratamento de
deformidades graves da coluna vertebral. Apesar de ter apresentado taxa de
complicações considerável, não ocorreram eventos graves.
ABSTRACT
Objective:
Spinal traction by a cranial halo is a method with more than half a century
of application, presenting the possibility of gradual correction of
deformities while the patient is awake, also improving respiratory and
nutritional patterns. This study aimed to evaluate the complications of pins
and traction during their use in treating severe spinal deformities.
Methods:
We evaluated 27 patients undergoing surgical treatment using
halo-gravitational traction pre or interoperatively between 2014 and 2020.
Inclusion criteria were the presence of severe deformity (>100º) in the
coronal and/or sagittal plane and traction for at least seven days. Two
subgroups were identified: patients presenting only severe coronal deformity
(Group 1) and patients with severe deformity in the sagittal plane
accompanied by coronal deformity (Group 2). Clinical and radiological data
were analyzed retrospectively, evaluating the variables: age, sex, weight,
height, etiological diagnosis, number of pins, traction time, sagittal and
coronal Cobb angle before and after traction, and complications related to
pins and traction.
Results:
Age and weight showed a significant correlation with the occurrence of
complications related to the pins (p=0.007; p<0.001), as well as the
congenital etiology of deformity (p=0.001), and those patients in group 2
(p=0.006). There was no significant correlation between the variables
studied and the occurrence of neurological complications.
Conclusion:
Halo-gravitational traction is an important adjunctive method in treating
severe spinal deformities. Despite having a considerable complication rate,
there were no serious events.
Resumen:
Objetivo:
La tracción espinal por halo craneal es un método con más de medio siglo de
aplicación, presentando la posibilidad de corrección gradual de las curvas
con el paciente despierto, mejorando el patrón respiratorio y nutricional.
Este estudio evaluó las complicaciones relacionadas con los tornillos y la
tracción durante el tratamiento de deformidades espinales graves.
Métodos:
Se evaluó a 27 pacientes sometidos a cirugía con uso de tracción
halo-gravitatoria pre o inter quirúrgica, entre 2014 y 2020. Los criterios
de inclusión fueron la presencia de deformidad severa (>100º) en el plano
coronal y/o sagital y tiempo mínimo de tracción de 7 días. Dos subgrupos
fueron identificados: pacientes con deformidad severa en el plano coronal
(Grupo 1), y pacientes con deformidad sagital severa acompañada de
deformidad coronal (Grupo 2). Los datos clínicos y radiológicos se
analizaron retrospectivamente, evaluando edad, sexo, peso, talla,
diagnóstico etiológico, número de tornillos, tiempo de tracción, ángulo de
Cobb sagital y coronal pre y post tracción, complicaciones relacionadas con
los tornillos y tracción.
Resultados:
Se demostró que la edad y el peso eran factores significativamente
correlacionados con las complicaciones de los tornillos (p=0,007;
p<0,001), así como la etiología congénita (p=0,001), y los pacientes
incluidos en el grupo 2 (p=0,006). No hubo correlación significativa entre
las variables estudiadas y complicaciones neurológicas.
Conclusión:
La tracción halo-gravitacional es un método adyuvante importante en el
tratamiento de deformidades espinales severas. A pesar de haber presentado
una tasa de complicaciones considerable, no hubo eventos graves.