RESUMO
A taxa de morbilidade global relacionada à cirurgia de tumores da coluna cervical é de aproximadamente 20%, o que torna necessário o desenvolvimento de estratégias de mitigação. Diversas estruturas anatômicas presentes na coluna cervical, como a medula espinhal, raízes nervosas e artéria vertebral, podem sofrer danos cirúrgicos iatrogênicos, o que pode aumentar a morbilidade. Os programas de treinamento cirúrgico priorizam o aprendizado da dissecção tumoral em relação às estruturas nervosas, porém costumam apresentar lacunas quanto à exposição e ao manejo da artéria vertebral quando esta está envolvida pelo tumor. O temor de danificar a artéria vertebral frequentemente limita a remoção total do tumor ou exige o uso de ângulos de abordagem menos favoráveis, resultando em uma retração excessiva do neuro-eixo, o que aumenta a morbilidade. A artéria vertebral pode ser exposta segundo uma técnica cirúrgica precisa que reduz ao mínimo a sua lesão iatrogénica. Neste artigo de revisão, os autores analisam a anatomia cirúrgica da artéria vertebral, abrangendo suas variantes e anomalias. Além disso, discutem a argumentação e a viabilidade da exposição, esqueletonização, controle e mobilização da artéria vertebral por meio das abordagens laterais à coluna cervical e à charneira crânio-vertebral. Nível de Evidência V; Opinião do Especialista.
ABSTRACT
The overall morbidity associated with cervical spine tumor surgery is approximately 20%, necessitating the development of mitigation strategies. Several critical anatomical structures inside the cervical spine are vulnerable to iatrogenic injury, adding significantly to morbidity. These include the spinal cord, nerve roots, and vertebral artery (VA). Despite the emphasis on meticulous neuro-dissection from the tumor mass in training programs, a majority of surgeons still refrain from working around the VA. This creates a persistent fear of harming the VA, resulting in partial tumor removal or more difficult angles of attack on the tumor, requiring greater retraction of the neural tissue and contributing to morbidity. The VA can be exposed with a precise surgical technique that minimizes the iatrogenic lesion and the potential morbidity. In this paper, the authors review the surgical anatomy of the vertebral artery, including its variants, and analyze the rationale and feasibility of exposing, skeletonizing, controlling, and mobilizing the VA using the lateral approaches to cervical spine and craniovertebral junction (CVJ).
Resumen
La tasa de morbilidad general relacionada con la cirugía de tumores de la columna cervical es de aproximadamente el 20%, lo que requiere el desarrollo de estrategias de mitigación. Varias estructuras anatómicas en la columna cervical, como la médula espinal, las raíces nerviosas y la arteria vertebral, pueden sufrir daño quirúrgico iatrogénico, lo que puede aumentar la morbilidad. Los programas de capacitación quirúrgica priorizan la disección del tumor sobre las estructuras nerviosas, pero a menudo carecen de conocimiento sobre la exposición y el manejo de la arteria vertebral cuando está afectada por el tumor. El temor a dañar la arteria vertebral a menudo limita la extirpación total del tumor o requiere el uso de ángulos de abordaje menos favorables, lo que resulta en una retracción excesiva del neuroeje, lo que aumenta la morbilidad. La arteria vertebral puede exponerse utilizando una técnica quirúrgica precisa que minimiza la lesión iatrogénica. En este artículo de revisión, los autores analizan la anatomía quirúrgica de la arteria vertebral, abarcando sus variantes y anomalías. Además, se analiza la justificación y la viabilidad de exponer, esqueletizar, controlar y movilizar la arteria vertebral mediante abordajes laterales a la columna cervical y la charnella craneovertebral. Nivel de Evidencia V; Opinión de Expertos.